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Nos bastidores da moda

  • Karina Morillo
  • 23 de jul. de 2017
  • 2 min de leitura

Os bastidores são fechados, só entra neles quem tem permissão e muitas vezes estômago para aguentar a pressão de estar lá dentro. “Eu acredito que a moda, como toda forma de arte, deve ser sinônimo de liberdade. ”, diz a coordenadora nacional do Fashion Revolution, Fernanda Simon. Liberdade é saber o que ocorre, fingir que não sabe ou simplesmente não ser informado?

O Fashion Revolution foi criado após o desabamento de uma “colmeia têxtil”, em abril de 2013, que abrigava diversas confecções de roupas no edifício Rana Plaza, em Bangladesh. Além de causar a morte de 1.134 trabalhadores e deixar outros 2.500 feridos, apresentou muito mais do que apenas as falhas de uma construção. O ocorrido revelou o lado obscuro da moda, mostrou o que realmente está por trás de grandes marcas, como a Zara, Riachuelo, Renner, entre muitas outras.

“Mudanças climáticas, escassez de recursos naturais, poluição e condições não dignas de trabalho, são questões que não podem mais ser ignoradas e exigem mudanças” destaca Fernanda. O movimento surgiu para provar que a moda pode e deve ser uma força para o bem, que mudar é a nossa única solução.

O evento foi lançado no Brasil em 2014, logo um ano depois de ser criado. O crescimento tem sido orgânico, as pessoas estão se conscientizando e cada vez mais se tornando parte da ideia. Somente este ano foram cerca de 400 atividades do Fashion Revolution em território brasileiro, contando com o evento organizado pelos acadêmicos do curso de Design de Moda da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI), na cidade de Balneário Camboriú, tendo como embaixadora a aluna Bruna Borges e mentora a professora Graziela Morelli.

“O consumidor está bem informado e aos poucos mais preocupado com questões sobre sustentabilidade e trabalho justo. Porém, a necessidade de obter constantemente novos produtos, fazem com que a produção seja elevadíssima e, consequentemente, seu descarte também seja mais rápido, gerando impactos ambientais, econômicos e até mesmo sociais” , explica Bruna. O Fashion Revolution Day 2017 foi todo estruturado com o objetivo de instigar a sociedade a repensar sobre os reais custos da indústria da moda.

Além de sua importância sociocultural, a moda sempre obteve grande representação na economia mundial, gerando emprego e renda para muita gente. Questionar o fluxo do dinheiro e as estruturas do poder dentro da indústria é um dever de quem consome seus produtos. A questão é: quem ganha e quem perde nesse sistema? O Fashion Revolution vem incentivando a transformação dessa indústria para que ela se torne mais transparente e justa para todos.

Se a moda reflete os anseios da sociedade - grandes causadores de uma futura transformação na mesma -, terá que ser através do consumidor, pois, enquanto não houver um símbolo na etiqueta indicando que em sua confecção não obteve trabalhos análogos à escravidão e que a peça foi produzida com todo cuidado, ambientalmente falando, teremos que nos questionar sobre o real valor do produto que está sendo consumido. Ou continuamos fingindo que nada foi informado e, de certa, forma “patrocinando” os erros da indústria, ou lutamos por mudanças. O caminho é longo, mas a mudança é essencial e não tem volta.

* Acompanhemmais notícias do mundo da moda no meu blog www.enfeitadadesonhos.com.br .


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