Veja como foi o ano dos clubes classificados para a Libertadores 2018
- Isabelle Rodrigues, Luisa Pereira e Mikael Machado
- 9 de dez. de 2017
- 9 min de leitura
O Brasileirão acabou, mas gerou muita expectativa e esperança em certos clubes para o ano que vem. No último domingo (3), os times brasileiros que participarão da Libertadores 2018 foram definidos através da tabela da competição brasileira. Corinthians, Palmeiras, Santos e Flamengo garantiram vaga na fase de grupos pelas suas colocações, enquanto o Grêmio teve a vaga garantida como o atual campeão da América e o Cruzeiro pelo título da Copa do Brasil. Vasco e Chapecoense, com as duas últimas vagas, ficaram classificados para a Pré-libertadores. Caso o Flamengo conquiste o título da Copa Sul-Americana, a tabela ganharia um G-9, levando o Vasco direto à fase de grupos e classificando o Atlético-MG, que ocupa o 9º lugar, para a Pré-Libertadores.
Corinthians

O Corinthians iniciou o ano com desconfiança. O time não fez nenhuma grande contratação e apostou em jogadores com um estafe mais baixo para as competições. Outra coisa que causava insegurança era a efetivação de Fábio Carille para comandar a equipe, esse seria o primeiro ano dele como técnico, mas ele já estava no clube desde 2009 como auxiliar. A equipe começou o ano com o amistoso Florida Cup, que perdeu nos pênaltis para o São Paulo. Iniciou o Campeonato Paulista com status de “a 4º força paulista” e terminou com o título da competição. Na Copa do Brasil a equipe foi eliminada pelo Internacional nos pênaltis. Na Sul-Americana o time chegou até oitavas de final, mas foi eliminado pelo Racing (ARG). Foi no Brasileirão que o time comandado por Carille obteve números inimagináveis, terminando o 1º turno de forma invicta e, mesmo com a queda de rendimento no 2º, sagrou-se campeão com três rodadas de antecedência. O time do Parque São Jorge jogou ao todo 71 partidas no ano, sendo 38 vitórias, 23 empates e 10 derrotas, o aproveitamento do clube foi de 53,52%. Além disso, fez 91 gols e sofreu apenas 48, no Brasileiro ficou com a melhor defesa com apenas 30 gols sofridos em 38 jogos. O Corinthians tem a melhor média de público do ano entre os clubes das séries A, B e C do futebol brasileiro, com 34.796 torcedores pagantes e uma média de ocupação de 73%. O jogo com o maior número de torcedores foi o Derby do returno, vencido pelo Timão por 3 a 2, com 46.090 espectadores.
Palmeiras

O 2017 do Palmeiras foi criado uma grande expectativa com o Verdão paulista, já que investiu muito em jogadores de peso, como: Mina, Alejandro Guerra, Felipe Melo, Michel Bastos, Borja (destaque do campeão da Libertadores do ano passado). A equipe disputou 4 campeonatos. Na primeira fase do Estadual, ficou na primeira posição do seu grupo, mas caiu nas semis, eliminado pela Ponte Preta. Além do estadual, o porco disputou a Libertadores, que caiu nas oitavas, para equipe do Barcelona, só que o de Guayaquil. Na Copa do Brasil, foi eliminado nas quartas de final para o Cruzeiro - que se sagrou campeão da competição. Fez um Campeonato Brasileiro meio que irregular, demorou um pouco para o time acordar, mas quando despertou, fez uma crescente muito boa e foi o Vice Campeão. O Palmeiras teve 3 treinadores durante o ano, o primeiro foi Eduardo Baptista, que comandou o time por 20 jogos e terminou com 73% de aproveitamento, após sua demissão, o atual campeão brasileiro assumiu o time, Cuca ficou em 34 jogos e 54% de aproveitamento, o último foi o interino Alberto Valentim, que ficou a frente do alviverde em 11 jogos e teve 56% de aproveitamento. O público do Verdão em seus jogos, deu um verdadeiro show, ficou em 3º lugar em meio aos 60 clubes das Séries A, B e C com média de 30.496 torcedores por partida. O jogo com maior público, foi no Clássico contra o Corinthians, no primeiro turno, quando perdeu por 2 a 0, 39.091 acompanharam o espetáculo. No decorrer do ano, foram 66 partidas disputadas, com 36 vitórias, 10 empates e 20 derrotas. Também temos que levar em conta a despedida do meia Zé Roberto - que muito fez pelo futebol - foram 2 anos defendendo as cores do verdão, seu último jogo, foi na penúltima rodada do campeonato brasileiro contra o Botafogo no Allianz Parque.
Santos

O Santos começou o ano com a missão de ganhar um título dentre os quatro em disputa que ele participaria. No Campeonato Paulista a equipe da Vila foi até as quartas de final, quando foi eliminado pela Ponte Preta. Na Libertadores e na Copa do Brasil o clube também parou nas quartas, sendo eliminado por Barcelona de Quayaquil (EQU) e Flamengo, respectivamente. Após as eliminações, o Santos tinha apenas o Brasileirão em disputa, mas mesmo com o mau momento do líder Corinthians, o time da baixada não conseguiu chegar, ficando com a 3ª posição. O clube teve dois técnicos diferentes no ano (Dorival Jr e Levir Culpi) e, Elano comandou a equipe de forma interina também duas vezes. O time é 17º colocado em média de público com 11.759 torcedores pagantes. Sua média é maior em jogos fora de casa com 15.154 torcedores. O jogo com mais torcedores foi Santos X Ponte Preta pelo Campeonato Paulista, com 33.236 torcedores e 88% do estádio ocupado. Grêmio

O ano do Grêmio foi massa tchê, conquistou o mais importante título da temporada, que foi a Libertadores, em dois jogos da finalíssima, o clube Gaúcho venceu os dois e jogando um bom futebol, aliás o Grêmio foi uma das equipes que desempenhou um melhor futebol no ano, senão o melhor, o futebol mais gostoso de se ver. No Campeonato Brasileiro, foi a equipe que mais esteve condições de tirar o título do Corinthians no decorrer do campeonato, mas como o time de Renato Portaluppi estava com a especial missão de vencer o campeonato mais importante da América do Sul, Renato poupou os jogadores em muitos jogos e terminou a competição em 4º lugar, 10 pontos a menos do Campeão Corinthians. Na Copa do Brasil, caiu nas semis para o Campeão Cruzeiro. No Estadual, também caiu nas semis e para o Campeão, dessa vez o Novo Hamburgo foi a bola da vez. Outro campeonato que o Grêmio disputou, foi a Primeira Liga, foi eliminado mais uma vez pelo Cruzeiro, dessa vez, nas Quartas de final. Renato Gaúcho foi o treinador do time durante o ano inteiro, isso já é um grande avanço no futebol brasileiro, já que vida de treinador aqui não é fácil, comandou o Rei de Copas em 49 Jogos, sendo 29 vitórias, 12 empates e apenas 8 derrotas. O torcedor Gremista fez seu papel, foi a Arena apoiar seu time, teve uma média de público de 21.649 torcedores, o jogo de maior público foi no primeiro jogo da final da Libertadores, na vitória por 1 a 0 sobre o Lanús, 51.256 gremistas apoiaram o time em um dos jogos mais importantes do ano. Na semana que vem, mais especificadamente, na próxima terça-feira (12) às 15h (horário de Brasília), inicia sua trajetória no Mundial de Clubes, enfrenta o (Pachuca ou Wydad Casablanca) mas o jogo mais esperado será o do sábado (16) também às 15h, onde possivelmente o tão aguardado confronto com o Real Madrid, na final.
Cruzeiro

Em 2017 o Cruzeiro disputou cinco taças e ganhou uma. No Campeonato Mineiro a equipe foi vice-campeã, perdendo a final para o seu rival, Atlético-MG. Na Sul-Americana não passou da primeira fase e na Primeira Liga chegou à semifinal. Foi na Copa do Brasil que a equipe brilhou, conquistando o título em cima do Flamengo e garantindo a vaga para a Libertadores de 2018. Como o Cruzeiro acabou na 5ª colocação do Brasileirão o G6 acabou sendo estendido. O Cruzeiro é o 8º em média de público no ano com a marca de 18.220 torcedores. O jogo com o maior público do ano foi a partida da Final da Copa do Brasil contra o Flamengo, com 53.467 torcedores, ou seja, 91% da capacidade do estádio. Flamengo

Apenas uma palavra pode descrever o ano de 2017 do Flamengo: pressão. Após um 2016 sem títulos, a torcida rubro-negra depositou todas as suas expectativas no clube desde antes mesmo do início da temporada. Por conta do alto investimento e da criação de um elenco de milhões, o técnico Zé Ricardo, que vinha comandando o time desde a metade do ano passado, pôde encontrar boas peças para montar suas escalações e esquemas táticos. O ano começou positivo já no campeonato estadual, apesar da derrota nos pênaltis contra o Fluminense na decisão da Taça Guanabara. O time conquistou o seu 34º título do Campeonato Carioca em uma revanche sobre o próprio rival tricolor, tendo ainda um gosto especial por terminar a competição de forma invicta. Entretanto, o que era um mar de rosas passou a ter um gosto amargo na competição mais importante para o Flamengo: a Libertadores. Depois de altos e baixos, com boas vitórias e alguns tropeços em momentos importantes, a eliminação precoce veio contra o San Lorenzo ainda na fase de grupos, acabando com qualquer expectativa dos flamenguistas. Como prêmio de consolação, o clube foi classificado para a Copa Sul-Americana. No Brasileirão, a má fase se instalou mesmo após a contratação de nomes de peso , como Diego Alves e Éverton Ribeiro. A demissão de Zé Ricardo foi consequência e a chegada de Reinaldo Rueda, um técnico estrangeiro e diferente do que os jogadores estavam acostumados, veio para tentar mudar o rumo do grupo. Pela Copa do Brasil, o caminho foi longo e a merecida chegada até a final contra o Cruzeiro foi desperdiçada nos pênaltis, quando erros individuais dos jogadores entregaram a taça ao time adversário. A classificação para a fase de grupos da Libertadores de 2018 veio apenas na última rodada, quando o rubro-negro finalmente alcançou a 6ª posição. O que resta de esperança para os torcedores do clube carioca é a Sul-Americana, já que o time volta a disputar uma final de competição internacional após 16 anos de jejum. O jogo de volta da decisão ocorre no dia 13 de dezembro, contra o Independiente-ARG, no Maracanã, e pode ser vista como a última chance de redenção e salvação do ano para o Flamengo.
Vasco

Se teve um time que tinha poucas apostas de sucesso em 2017, esse time era o Vasco. Visto como fraco por sua capacidade técnica e seu orçamento limitado, havia quem acreditasse que o clube iria até chegar ao quarto rebaixamento da sua história. Com poucas contratações de peso, a equipe começou o ano sendo comandada por Cristóvão Borges, que caiu após uma derrota contra o Vitória que resultou na eliminação precoce do time na Copa do Brasil. Com a chegada de um novo nome, Milton Mendes, a esperança voltou a São Januário e o Vasco conquistou o título da Taça Rio, o décimo da sua história. Apesar da boa fase, o clube foi eliminado nas semifinais do Campeonato Carioca contra o rival Fluminense, acabando com a expectativa do título estadual mais importante da temporada. Dessa forma, o que restava era o Campeonato Brasileiro. Com um início complicado, já que o time começou perdendo de goleada já na primeira rodada da competição, em uma partida que levou quatro gols do Palmeiras fora de casa, a maré negativa se instalou no rendimento da equipe. Após altos e baixos nos confrontos do Brasileirão, o episódio que abalou de vez o time carioca aconteceu num clássico contra o Flamengo, no dia 8 de julho, ainda pelo primeiro turno. Após uma derrota de 1 a 0 para o seu maior rival, o estádio São Januário virou palco de brigas nas arquibancadas, incluindo bombas, tiros de borracha e uma tentativa de invasão no gramado. Assim, o Vasco foi proibido de jogar no local por algumas rodadas conta da punição recebida depois do acontecimento. O time voltou a sonhar apenas após a demissão de Milton e a chegada de Zé Ricardo, que tinha acabado de sair do Flamengo, para ocupar o cargo de técnico do clube. O Vasco cresceu, recuperou a confiança e começou a olhar para a parte de cima da tabela, sendo o segundo maior vitorioso do returno da competição. Com a 7ª colocação, o time superou todas as expectativas e está classificado para a Pré-Libertadores, podendo ir direto à fase de grupos caso o seu arquirrival rubro-negro conquiste a taça da Copa Sul-Americana. Chapecoense

A expectativa sobre a Associação Chapecoense de Futebol no início de 2017 era bem diferente da realidade de hoje. Pouco tempo após o trágico acidente envolvendo jogadores, dirigentes, comissão técnica e jornalistas, a maior pretensão para este ano era a reformulação do clube. Com a formação de um elenco totalmente novo e sob o comando do técnico Vagner Mancini, a missão dos jogadores recém-chegados era apenas uma: fazer a Chapecoense renascer. A recusa após a proposta de imunidade no Brasileirão mostrou que a nova equipe não tinha medo de desafios, o que se concretizou já na conquista do bicampeonato no Campeonato Catarinense. Por conta do título da Copa Sul-Americana de 2016, a Chape teve lugar garantido nas fases de grupos da Libertadores, fazendo a sua estreia na competição. Mesmo após conquistas vitoriosas contra adversários do seu grupo, o time não avançou às oitavas de final por conta de uma escalação irregular em uma das partidas que disputou, sendo eliminado precocemente. Já no Brasileirão, os catarinenses começaram com o pé direto, chegando até se manter na liderança durante algumas rodadas. Com a situação financeira em crise e as mudanças internas, já que, com a demissão de Mancini, a equipe foi comandada por Vinicius Eutrópio e posteriormente por Gilson Kleina, a Chapecoense despencou a tabela e teve que lutar fortemente para não ser rebaixada. Na última rodada, a vitória sobre o Coritiba e a combinação de resultados deu ao time de Chapecó a 8ª colocação, fazendo assim com que ocupassem a tão sonhada vaga para a Pré-Libertadores. Em um ano de reconstrução, a Chapecoense superou todas as expectativas, mostrando que apesar da limitação, é possível vencer através da garra, da raça e da força de vontade. A história que o time de Condá começou a escrever esse ano certamente vai ganhar capítulos ainda mais vitoriosos em 2018.
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